um espaço virtual onde palavra, tempo, cor e movimento se encontram numa
partilha de trabalhos realizados durante as aulas de língua portuguesa, com os alunos da Universidade de Perugia
O objetivo é a elaboração de um texto em que cada um dá um contributo para a construção desta história coletiva. Podes recontar a história, alterar factos, continuar o filme.
A Maria é uma rapariga muito alegre, que
gosta muito da vida e de andar pela cidade dela. Mas hoje qualquer coisa está
diferente, o céu está todo cinzento e está a chover, e ela sente-se um pouco
triste. Ela queria ir ao centro comercial, e queria ir a pé, mas neste momento
ela está na paragem do autocarro, debaixo da chuva, sozinha com o guarda-chuva
dela. De repente, ela ouve alguém passar perto dela, e olha para ver o que é
e... Ela não pode crer no que vê! O seu amigo Luís, que ela não via há dois anos,
está em frente dela, debaixo de chuva, e anda muito cansado. A Maria
fica muito contente pela coincidência, e corre em direção ao Luís, que quando a vê,
abraça-a e decide que eles vão passar o dia juntos. Um dia feio transforma-se
rapidamente num dia muito especial!(Samuele Trottolini)
A menina está à espera do autocarro, o clima é muito ruim, está a chover, está frio, ela está chateada,está cansadade esperar,só quer entrar no autocarro e relaxar poralguns minutos; de repenteosseusolhos encontramaqueles de umpassante: um rapaz bonitinho que anda tranquilamente à chuva sem se importar com oseu cabelobonito..a partir desse momentonão percebemais a chuva e o vento frio, asua mentecomeçaa fantasiar um mundo coloridoonde reinam aalegria e o amor...(Anna De Silvi)
Infelizmente a menina nunca mais encontrou aquele rapaz bonitinho.
Os dias foram passando e ela começou a ficar triste, como um dia
chuvoso, de céu cinzento e vento frio. Começou a ficar com raiva da tal
cartomante que lhe havia dito inverdades. E começou a perguntar se
realmente encontraria um grande amor, com quem passaria o resto de sua
vida. Ah, o amor…como dizia Mário Quintana “….O amor é como uma
borboleta. Por mais que tente pegá-la, ela fugirá...mas quando menos
esperar, ela estará alí do seu lado”. (Ticiana Santiago)
Observa a seguinte curta-metragem muito criativa, executada a partir da técnica de animação stop motion.
TAREFA: - Que outro título darias a esta curta-metragem? Porquê?
-
Imagina agora que no teu quarto encontras uma passagem secreta. A que
lugar mágico gostarias de ir ter? E que aventuras e novidades gostarias
de viver?
Eu chamaria esta curta-metragem “Ao meu redor” porque acho que fugir da
realidade, refugiar-nos no nosso mundo significa criar um espaço à nossa roda , com coisas que temos perto e que transformamos com a
imaginação. Fugir quer dizer, na minha opinião, fortificar o espaço
mental e sobrepô-lo ao real. Por
isso procuro sempre um momento para escapar e para me distrair, seja
onde for, mas sem perder o sentido da realidade. Se eu tivesse de
encontar uma passagem secreta (provavelmente no meu armário), usá-la-ia
para viajar pelo mundo, porque acho que existem lugares que ao nosso
olhar poderiam parecer mais “mágicos” do que aqueles lugares que
chamamos “de fantasia”. Há mais nesse mesmo mundo do que podemos
atrever-nos a imaginar. (Agnese Giommetti)
Eu
chamaria esta curta-metragem “Labirinto da mente". A mente tem tantas
capacidades, uma destas é a imaginação que permite sonhar com os olhos
abertos. A imaginação permite viver-nos mundos paralelos, mudar-se para
os outros planetas, transformar-se em qualquer coisa, mas sobretudo a
imaginação permite perder-se na nossa mente, esquecer-se. Se eu no meu
quarto tivesse uma passagem secreta, mudar-me-ia para a lua. A lua não é
um lugar mágico onde ir? Gostaria de vê-la de perto, vivê-la em
primeira pessoa. A lua é cheia de crateras, de vulcões, é cinzenta, é
rude, na sua imperfeição ela é perfeita.Quereria ser a primeira
habitante da lua. Gostaria de ter esta possibilidade dum lugar mágico
onde se refugiar, onde ir quando se está tristes ou felizes, quando
choramos ou rimos. No mal a lua poderia ser para ti uma amiga que te
ouvisse, que te consolasse, enquanto lhe falas da tua dor. E no bem a
lua poderia ser umperfeito par com quem partilhar os melhores momentos da tua vida. (Krystyna Borysenko)
Eu chamaria esta curta-metragem "o que perdemos, encontra sempre uma maneirade encontrar-nos", porque, como esta rapariga, muitas vezes perdemos coisas, mesmo sem perceber, mas estas coisas vêmprocurar-nos sempre. Muitas vezes sonhei em encontrar uma passagem secreta debaixo da minha cama, uma porta que me levarialonge, num mundo mágicocheio de aventura e longe datristeza. Eu gostaria de ir para o País das Maravilhas e encontrar personagens literários ou personagens estranhos que habitam num mundo diferente do meu, e que falam também línguas que ninguém entende. Poderia encontrar personagens do passado edo futuro,não só pessoas mas também animais, monstros, objetos animados, personagens mitológicos.. Todas as vezes que eu fico triste, ou sozinha, eu poderia fugir para o meu mundo mágico e beber chá com o Chapeleiro Louco, lutar contra os moinhos de vento ao lado de dom Quixote, viver o amorde Romeu e Julieta.. Mas também atenderpessoas que vivem noutras galáxiase aprender assuas histórias, assuas tradições! Cada dia seria sempre novo e emocionante! (Emiliana Magnelli)
Eis algumas expressões próprias da língua portuguesa usadas, precisamente, pelos falantes brasileiros e luso-africanos em diferentes situações e contextos.
E agora um vídeo produzido pelos alunos da Universidade de Salzburg sobre as expressões da língua portuguesa no Brasil.
Eis o que quatro alunas quiseram partilhar aqui no blogue: simpáticos textos que integram algumas das expressões idiomáticas estudadas nas aulas.
Texto 1
é verdade, o
coração é um músculo mas sabe falar
Era uma
vez quando o coração e a razão se encontraram. Então a razão repreendia o
coração por ter sofrido tanto, por ter quase destruído a própria vida e
procurava de todo o modo ajudar o coração a perceber que frequentemente não
vale a pena morrer. Desde há 6 meses o coração perguntava-se sobre: como, porquê, se, talvez, etc. Desde há 6 meses o coração pedia por socorro e gritava a
plenos pulmões: “Estou farto da dor!" A tristeza apoderou-se do coração, a
desilusão entrou em bicos de pés e o coração não pôde fugir. Seguramente, a
tristeza tinha fome de leão, porque comeu quase o coração inteiro. Havia só uma
parte sã do coração que lutava pela vida. Assim, de vez em quando, o coração
falava com a razão, procurava desintoxicar-se da tristeza. Frequentemente, o
coração pedia esmola para sobreviver ou dava a outra face, mas a razão
tranquilizava-o dizendo: “Sabes coração, tu és um guerreiro e na guerra que
estás a combater é lícita cada arma”. (Krystyna Borysenko) Texto 2 Era
uma vez um cavalo preto que era cabeça dura e fazia sempre o que queria. Um
dia, travou conversa com um outro cavalo e decidiu viver na sua sombra, como
este cavalo era muito bonito e era um safado. Ele foi sempre doido pelos
safados, e assim os dois cavalos tornaram-se amigos. Este cavalo era louro e
fazia-se sempre fino quando o procuravam. Um dia decidiu gozar com o cavalo
preto, que o seguia sempre, e assim pô-lo à vontade e os dois foram para a
farra. O cavalo preto apanhou uma bebedeira e o cavalo louro decidiu pregar-lhe
uma partida. No dia seguinte, quando o cavalo preto acordou, viu que a sua
crina estava rasada e assustou-se. O cavalo louro disse-lhe que um gato que
estava com o cio lhe tinha pedido esmola na noite passada, mas ele estava-se nas
tintas e assim o gato rasou-lhe a crina. O cavalo preto deu-se conta que o
cavalo louro era doido varrido e esclareceu que não queria vê-lo mais, fez as
malas e foi-se embora. (Sara Di Mario) Texto 3
Um dia
estava a chover a cântaros. Um Zé ninguém passeava pela rua, sem guarda-chuva.
<<Não tenho nada de nada para fazer...-pensava- e agora estou molhado
como uma sopa!>> Não teve tempo de acabar os seus pensamentos: um carro
chocou contra ele. Era uma rapariga a conduzir: saiu do carro, olhou à sua
volta para pedir socorro, mas não havia ninguém pela rua. Não se sentia à
vontade mas, por sorte, o homem estava bem: levantou-se, e não acreditava no
que ele estava a ver... A mulher mais bonita do mundo estava em frente dele.
<<Poderia amá-la loucamente>>, pensou. Travou conversa com ela e,
sendo um safado, marcou um encontro com ela para o dia seguinte. A mulher
gostou muito de fazer dois dedos de conversa com esse homem, mesmo que a
situação fosse esquisita! Ela estava muito emocionada por essa ocasião, fazia a
contagem descrescente dos minutos que a separavam do seu encontro com o
destino. Mas surpresa: ele deu-lhe balda e ela perdeu as estribeiras. Na
verdade, o homem no acidente deu uma cabeçada e esqueceu-se de ter uma mulher,
que estava grávida; então, esteve-se nas tintas e deixou a menina sozinha. (Fabiana Scali) Texto 4
a história do gato Romeo
O gato Romeo é um gato muito preguiçoso, mas um dia ele meteu-se em sarilhos. Geralmente ele dorme uma soneca dez vezes por dia. Um bom dia, às escondidas do seu patrão, o Romeo pediu boleia a um autocarro e foi a um restaurante da cidade. Naquele dia, o gato tinha fome de leão e, portanto, almoçou tanto que depois lambeu os beiços. Dado que estava também embriagado falava à toa. O seu patrão passou nos arredores dos restaurantes e apanhou-o em flagrante. O Romeo tinha cara de pau e fez troça dele. Ele estava tão zangado que o pôs na rua por um dia. O Romeo estava entre a espada e a parede e naquele dia estava um frio de rachar, mas ele armou-se em esperto e em bicos de pés enfiou-se em casa secretamente! (Lucia Guerriero)
- Quem é esta menina? - Onde vive? - O que faz ela nos tempos livres?
- Quais os seus sonhos e projetos?
A Argine é uma menina que vive graças à fantasia dela. Ela
gosta muito de ler livros, porque pode ver tudo o que acontece naquelas
histórias, mas na sua mente, é como se fosse um grande cinema. Vive com
o seu melhor amigo, um gato preguiçoso que não gosta de inventar, mas
acompanha-a sempre nas viagens da sua mente. Moram juntos
numa casa que fica em cima duma colina vazia, porque eles não precisam
de nada, só da imaginação: quando estão com sede começam a deslizar
rios, quando precisam da luz nasce o sol e, quando precisam de algo
diferente, a Argine abre uma caixa que contem um pouco de tudo: a caixa,
como os livros, alimenta a criatividade!(Maristella Petti) Era uma vez uma criança, pequerrucha e tão graciosa, de cabelo ruivo e
em pé (não com o susto, mas com a vivacidade), e uma boca sempre pronta
para sorrir. O seu nome era Argine. Há muito tempo, a Argine vivia numa
casinha de madeira na periferia duma cidade cinzenta e muito tristonha. A
Argine gostava muito de ler, mas poucos eram os livros naquela cidade:
todos os cidadãos lhe diziam: “Não leias ,
Argine! Ler desvia o pensamento das coisas reais e importantes!”.
Todavia, quando se perguntava quais eram estas coisas reais e
importantes, a resposta era sempre a mesma: os livros, o seu gatinho,
agulha e fio! De facto, coser era um dos seus passatempos preferidos. Um
dia, enquanto lia uma fábula chamada “A Gata-borralheira”, ocorreu-lhe
uma ideia e logo aplicou-se para realizá-la. Comprou o necessário e
coseu um mundo todo seu! No decurso de poucas horas, sem dizer uma
palavra, mudou-se para o seu maravilhoso mundo vermelho com a casinha de
madeira, o seu gatinho e os seus livros.. enfim podia ler quanto
queria! Por último, tirou uma fotografia e enviou-a aos seus velhos
concidadãos. Desde então, todas as vezes que lhe ocorria uma ideia
enquanto lia, a Argine realizava-a (com a colaboração do seu gatinho), e
enviava aos cinzentos e tristonhos cidadãos uma fotografia, para lhes
demonstrarquanto pode ser lindo e variado o mundo.(Ilaria Pernici) Argine é a Fantasia. Ela mora na nossa cabeça. Mas ela sente-se melhor
com as crianças, porque elas lhe deixam fazer tudo o que gosta. A
ambientação do vídeo mostra-nos um sítio despido que muda
graças à vontade da Argine. Este sítio não é triste, pelo contrário é
um lugar que está a esperar que alguém o semeie para florescer. A Argine
dá-nos um exemplo disto quando melhora a árvore e a sua casa. Acho que
não é preciso perguntar-se o que ela faz nos tempos livres, porque, de
uma maneira muito singular, ela nunca descansa. Isto é devido à sua
imaginação que está sempre em movimento.(Cristina Gangitano) Este vídeo conta a história duma menina cujo nome é Argine. A Argine tem
mais ou menos dez anos e mora numa casa muito pequena acima de uma
colina no meio dum espaço vazio como um deserto. Ela não tem pais ou
avós mas mora com um boneco, um gato. Vive num mundo onde muitas coisas
são pintadas de vermelho, a cor do coração e da fantasia, e ali tudo se
pode imaginar. A fantasia é a sua força. Nos tempos livres ela gosta de
ler muitos livros e imaginar situações que no nosso mundo tão realista
não se podem realizar. Os seus sonhos são muitos mas sabe como realizá-los com as poucas coisas
que tem. Quando a Argine sonhou em ser uma princesa lindíssima com um
cavalo e um castelo branco, na sua mente o seu gato tornava-se o seu
cavalo, a sua pequena casa o seu castelo... precisava pouco para
coroar-se “Princesa da fantasia”. (Pasquale Ambrosino) A Argine é uma menina com os cabelos ruivos, meias às riscas e uma
estrela sobre o vestido. Assim é também o seu mundo: vermelho como os
desejos do coração dum homem e cheio de brilho como a mais sincera
amizade. Mesmo como a da Argine e do seu boneco, um gato silencioso que a
vê sonhar e ler fábulas. Vive só com o seu gato numa cabana de madeira,
entre dunas de areia vermelha e caminhos apenas tracejados. Mas não é
este o seu mundo real: a sua vida reside entre as palavras coloridas dos
livros que ela lê e uma caixa de madeira que recolhe muitos tesouros
pequenos. Lê e sonha, a Argine: quer ser uma princesa como a do seu
livro preferido!E, assim, bastam uma árvore com uma fita amarela e
bolinhas vermelhas, uma coroa e uma antiga máquina fotográfica para
capturar num diapositivo a realização do seu sonho: uma imagem tão linda
e limpa que só quem olha e sonha com a mais brilhante imaginação e a
mais viva alegria pode compreendê-la em cheio.(Federica Riccio)