terça-feira, 19 de março de 2013

Capítulo 9 - Expressões Idiomáticas

Eis algumas expressões próprias da língua portuguesa usadas, precisamente, pelos falantes brasileiros e luso-africanos em diferentes situações e contextos.


E agora um vídeo produzido pelos alunos da Universidade de Salzburg sobre as expressões da língua portuguesa no Brasil.


Eis o que quatro alunas quiseram partilhar aqui no blogue: simpáticos textos que integram algumas das expressões idiomáticas estudadas nas aulas.

Texto 1
                                 é verdade, o coração é um músculo mas sabe falar

Era uma vez quando o coração e a razão se encontraram. Então a razão repreendia o coração por ter sofrido tanto, por ter quase destruído a própria vida e procurava de todo o modo ajudar o coração a perceber que frequentemente não vale a pena morrer. Desde há 6 meses o coração perguntava-se sobre: como, porquê, se, talvez, etc. Desde há 6 meses o coração pedia por socorro e gritava a plenos pulmões: “Estou farto da dor!" A tristeza apoderou-se do coração, a desilusão entrou em bicos de pés e o coração não pôde fugir. Seguramente, a tristeza tinha fome de leão, porque comeu quase o coração inteiro. Havia só uma parte sã do coração que lutava pela vida. Assim, de vez em quando, o coração falava com a razão, procurava desintoxicar-se da tristeza. Frequentemente, o coração pedia esmola para sobreviver ou dava a outra face, mas a razão tranquilizava-o dizendo: “Sabes coração, tu és um guerreiro e na guerra que estás a combater é lícita cada arma”. (Krystyna Borysenko)

Texto 2

Era uma vez um cavalo preto que era cabeça dura e fazia sempre o que queria. Um dia, travou conversa com um outro cavalo e decidiu viver na sua sombra, como este cavalo era muito bonito e era um safado. Ele foi sempre doido pelos safados, e assim os dois cavalos tornaram-se amigos. Este cavalo era louro e fazia-se sempre fino quando o procuravam. Um dia decidiu gozar com o cavalo preto, que o seguia sempre, e assim pô-lo à vontade e os dois foram para a farra. O cavalo preto apanhou uma bebedeira e o cavalo louro decidiu pregar-lhe uma partida. No dia seguinte, quando o cavalo preto acordou, viu que a sua crina estava rasada e assustou-se. O cavalo louro disse-lhe que um gato que estava com o cio lhe tinha pedido esmola na noite passada, mas ele estava-se nas tintas e assim o gato rasou-lhe a crina. O cavalo preto deu-se conta que o cavalo louro era doido varrido e esclareceu que não queria vê-lo mais, fez as malas e foi-se embora. (Sara Di Mario)

Texto 3


Um dia estava a chover a cântaros. Um Zé ninguém passeava pela rua, sem guarda-chuva. <<Não tenho nada de nada para fazer...-pensava- e agora estou molhado como uma sopa!>> Não teve tempo de acabar os seus pensamentos: um carro chocou contra ele. Era uma rapariga a conduzir: saiu do carro, olhou à sua volta para pedir socorro, mas não havia ninguém pela rua. Não se sentia à vontade mas, por sorte, o homem estava bem: levantou-se, e não acreditava no que ele estava a ver... A mulher mais bonita do mundo estava em frente dele. <<Poderia amá-la loucamente>>, pensou. Travou conversa com ela e, sendo um safado, marcou um encontro com ela para o dia seguinte. A mulher gostou muito de fazer dois dedos de conversa com esse homem, mesmo que a situação fosse esquisita! Ela estava muito emocionada por essa ocasião, fazia a contagem descrescente dos minutos que a separavam do seu encontro com o destino. Mas surpresa: ele deu-lhe balda e ela perdeu as estribeiras. Na verdade, o homem no acidente deu uma cabeçada e esqueceu-se de ter uma mulher, que estava grávida; então, esteve-se nas tintas e deixou a menina sozinha. (Fabiana Scali)

Texto 4
a história do gato Romeo

O gato Romeo é um gato muito preguiçoso, mas um dia ele meteu-se em sarilhos. Geralmente ele dorme uma soneca dez vezes por dia. Um bom dia, às escondidas do seu patrão, o Romeo pediu boleia a um autocarro e foi a um restaurante da cidade. Naquele dia, o gato tinha fome de leão e, portanto, almoçou tanto que depois lambeu os beiços. Dado que estava também embriagado falava à toa. O seu patrão passou nos arredores dos restaurantes e apanhou-o em flagrante. O Romeo tinha cara de pau e fez troça dele. Ele estava tão zangado que o pôs na rua por um dia. O Romeo estava entre a espada e a parede e naquele dia estava um frio de rachar, mas ele armou-se em esperto e em bicos de pés enfiou-se em casa secretamente! (Lucia Guerriero)

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